
Conter a inquietação não foi o suficiente para David. Para mergulhar no universo do personagem, ele passou a estudar e ouvir mais música clássica, uma das paixões de Lipe na história. “Tenho ouvido muito Chopin ultimamente. Já tinha contato com a música clássica, só precisei me dedicar um pouco mais”, conta. Apesar de ser filho de um extravagante estilista, Lipe é completamente diferente do pai e não tem nenhuma relação com o mundo da moda. Mas o ator ressalta que o humor não deixa de estar presente. “Ele vive em uma casa onde todos têm personalidade forte”, adianta.
Com uma carreira de seis anos na tevê, tempo em que se destacou por personagens cômicos, David não esconde a paixão pela comédia. E foi trabalhando com o gênero que fez seus papéis mais conhecidos, como o divertido Espeto de Caras e bocas e o sarcástico Hélio do seriado Minha nada mole vida. “O drama é um estilo que permite crescer como ator, mas trabalhar com comédia é bom demais. Sinto-me um pinto no lixo”, brinca o ator, que foi convidado a atuar em Ti-ti-ti pelo diretor Jorge Fernando, com quem havia trabalhado em Caras e bocas. “A equipe é quase a mesma e as gravações são muito divertidas. Já estava com saudades de trabalhar”, vibra.
Apesar da pouca idade, David demonstra uma certeza de gente grande com relação à carreira de ator. E ressalta que, mesmo com todas as responsabilidades que a profissão exige, sempre conseguiu levar uma vida normal. A única queixa dele é ter de acordar cedo para conciliar a escola e as gravações. “Levantar às 6h é horrível. Mas acontece em qualquer profissão. Nunca tive nada do que reclamar em meu trabalho”, pondera.
David começou a carreira aos 7 anos, quando fez a primeira peça no teatro por influência da mãe, a professora de teatro Denise Peixoto, e da irmã, a atriz Aline Peixoto, intérprete da Jannis de Tempos modernos. Dois anos depois, estreou na tevê como o Matias, do especial O pequeno alquimista, exibido em 2005 pela Globo. “Desde que comecei no teatro, nunca tive dúvidas de que queria seguir essa carreira”, garante ele, estudante do primeiro ano do Ensino Médio, que ainda não sabe se vai investir em uma profissão paralela. “Talvez faça faculdade de cinema, mas ainda tenho tempo para decidir”, desconversa.